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Jornal Cruzeiro do Sul - 29/07/2023 - ‘Terra rasgada’ será atração gratuita no Teatro Municipal
G1 - 15.05.2023 - 'Proteção de mãe': artista surdo cria escultura com materiais recicláveis para representar a figura materna
Gazeta de Votorantim- 09.05.2023 - Instalaçao de Escultura - Artista MoiséSSurdo
Jornal Cruzeiro do Sul - 21/03/2023 - Artigo Vanderlei testa
entrevista Rádio Ave Maria - Igreja em Ação - 29.11.2022
G1 - 08.09.2022
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Cultura expõe obra e incentiva o Setembro Verde - Exposição do aluno e Artista MoiséSSurdo (Portal Noticias Votorantim - 05.09.2022)
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Associação ajuda surdos a descobrirem potenciais e alcançarem a inclusão na sociedade (Focas na Rede - UNISO - 30.09.2018)
Exposição celebra Setembro Azul no Sorocaba Shopping (Gazeta de Votorantim - 24/09/2018)
AAI celebra primeiro empreendedor surdo (Gazeta de Votorantim - 18/09/2018)
AAI abre inscrições para curso bilíngue de Libras (Gazeta de Votorantim - 24/08/2018)
AAI promove bazar de moda sustentável (Gazeta de Votorantim - 06/07/2018)
Blog - MUNDO MELHOR - 01.05.2018
Instituições auxiliam na inclusão social dos deficientes auditivos
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Jornal Diário de Sorocaba - Publicado em 07/04/2018
Associação defende sociedade bilíngue e sincronismo
Associação ajuda surdos a descobrirem potenciais e alcançarem a inclusão na sociedade (Focas na Rede - UNISO - 30.09.2018)
Exposição celebra Setembro Azul no Sorocaba Shopping (Gazeta de Votorantim - 24/09/2018)
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Blog - MUNDO MELHOR - 01.05.2018
Instituições auxiliam na inclusão social dos deficientes auditivos
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Jornal Diário de Sorocaba - Publicado em 07/04/2018
Associação defende sociedade bilíngue e sincronismo
INCLUSÃO
Silêncio. Então, a trovoada. A chuva irrompeu de repente sob
o céu da Vila Progresso, em Sorocaba, em uma tarde de sábado e as gotas caíram
raivosas após um Verão seco. Sob o olhar sisudo do poeta Vinícius de Moraes em
uma pintura, Larissa Tancredo, 14 anos, e Márcio Rogério de Oliveira, 35 anos,
seguravam violões como se a natureza não estivesse dando sinal de sua força do
lado de fora. Nem um ruído sequer chegava aos seus ouvidos enquanto Márcio
tentava ensinar acordes à jovem Larissa. Ela não entendia: o que fazer? Como
fazer? Márcio demonstrava e logo posicionava as mãos delas nas cordas. Qual o
propósito? Então, pacientemente, Márcio segurou a mão direita de Larissa e
pousou na caixa acústica do violão. Os dedos dele deslizaram pelas cordas e
produziram uma nota musical. Imediatamente, os olhos de Larissa brilharam e sua
boca abriu como quem queria gritar. Ela sentiu o som.
Os jovens são integrantes da Associação do Amor Inclusivo
(AAI), organização não governamental (ONG) inaugurada em dezembro de 2017 para
acolher surdos em busca de inserção social e acolhimento educacional. “É um
sonho realizado”, comemora a presidente da entidade, Maria Angela Oliveira
Oliveira.
LONGA TRAJETÓRIA – Maria Angela não é surda e não tem um
surdo na família. Sua história remete ao ano de 2006 quando, como catequista na
Igreja católica, deu aulas a uma jovem surda. Ao ver potencial na garota,
recebeu-a em sua casa para ensinar disciplinas escolares e, depois de alguns
meses, inseriu-a no mercado de trabalho. Foi o começo de uma trajetória que já
dura mais de uma década.
Primeiro em sua residência, depois no Laboratório de Ensino
Multidisciplinar (LEM) e, então, na Casinha de Nazaré, espaço que mantinha
desde 2014 no Santuário de Santa Filomena, no Jardim Abaeté. O ensino de
Português, Matemática, Língua Brasileira de Sinais (Libras), Música e
Artesanato, entre outras atividades, parecia requerer mais e, ao mesmo tempo,
as doações de material aumentavam. O sonho de Maria Angela crescia.
“Fui ousada”, brinca. “Em setembro de 2017, no mês em que se
comemora o Dia Internacional do Surdo, senti que, se aquela era a obra de Deus
para mim, eu deveria ousar”, explica Maria Angela, que conversou com o marido e
decidiu ser a hora de dar mais um passo: alugar uma casa para a ONG.
Embora a Casinha de Nazaré oferecesse o necessário para a
realização de atividades, o sonho de Maria Angela exigia mais. Então, certo
dia, em busca de um local novo, encontrou a atual residência da sede. “Fiquei
encantada. Eu podia visualizar nossa Associação aqui”, relembra, com um brilho
nos olhos. Convencido pela firmeza e emoção da presidente, o dono do imóvel
aceitou seu preço e ela ficou com a casa.
Alguns meses foram necessários para a parte burocrática ser
concluída e, enquanto isto, os frequentadores da Casinha de Nazaré ajudaram a
preparar a agora Associação do Amor Inclusivo (AAI). Eles pintaram,
consertaram, arrumaram e organizaram a nova sede. Surdos, ouvintes e amigos
colocaram um pouquinho de si naquela realização. E, então, o sonho tornara-se
realidade!
O SONHO NÃO ACABOU – Uma sede física para seu projeto de
vida era um dos objetivos de Maria Angela, mas conquistá-la não encerrou sua
luta. Agora, vem a parte que não depende apenas dela e sim da sociedade: a
inclusão. “A inclusão está demorando a chegar”, afirma. Para a presidente da
ONG, apenas aceitar surdos em escolas ou oferecer vagas para Pessoas com
Deficiência (PCD) está longe de ser o suficiente. “Na escola, eles vão
passando. Não aprendem. E, no trabalho, vão colocar para apertar parafuso? Tem
de ser igual, não inferior”, enfatiza Maria Angela.
A solução encontrada é a de tornar a sociedade bilíngue, uma
vez que Libras é a segunda língua oficial do País desde 2002. “Com
sincronismo”, frisa ela. “Muitos países falam simultaneamente com lábios e mãos
e isso é importante. Senão, estou separando: hora de falar com o surdo e hora
de falar com o ouvinte. A gente quer inseri-los na sociedade como eles
merecem”.
ATIVIDADES – Por enquanto, a agenda de atividades da
Associação do Amor Inclusivo restringe-se aos sábados para viabilizar as aulas
dos professores voluntários – inclusive de Maria Angela, professora
universitária de Matemática e Libras. A programação inclui oficinas de
Alfabetização em Libras e Português, Português para surdos, Matemática, Corpo e
Movimento, Arte-Educação, Pintura, Artesanato, Costura, Capoeira, Informática,
Música, Alimentação Saudável e Saúde Acessível.
Voluntários podem candidatar-se para oferecer qualquer
oficina e, agora, a prioridade de Maria Angela é encontrar quem possa ajudar
nas áreas de Fonoaudiologia, Psicologia e Terapia Ocupacional. Todas as
informações para doação ou visita podem ser encontradas no site
www.aainclusivo.blogspot.com.br.
A Associação do Amor Inclusivo (AAI) está localizada no
número 564 da rua Pedro Álvares Cabral, na Vila Progresso.
Reabilitação auditiva é possível, mas exige acompanhamento
Ao falar de inclusão do surdo na sociedade, há duas vias de
pensamento: a adaptação do ouvinte e a adaptação do surdo. Enquanto a presidente
da Associação do Amor Inclusivo (AAI), Maria Angela Oliveira Oliveira,
empenha-se pela primeira parte junto aos ensinamentos dos dois lados,
especialistas da área da saúde atentam especificamente para a segunda.
A fonoaudióloga e especialista em audição Vanessa Gardini
explica que muitas podem ser as causas de perda auditiva, como exposição
constante ou extrema ao ruído, envelhecimento, infecções ou doenças crônicas,
acidentes, fatores genéticos e efeitos colaterais de medicamentos. “Nenhum caso
é igual ao outro, existindo diversos graus de perda e de comprometimento de
entendimento de fala”, conta a Vanessa, que garante a necessidade de uma
avaliação para proposição de melhor tratamento.
O teste da orelhinha, simples e indolor, é feito
obrigatoriamente em todas as maternidades logo após o nascimento do bebê,
segundo a fonoaudióloga. Caso a perda auditiva seja identificada de imediato,
haverá encaminhamento para reabilitação com prótese auditiva ou implante coclear,
assim como fonoaudiólogo para que a fala seja desenvolvida normalmente.
A professora Jéssica Barros, 33 anos, integrante da AAI,
nasceu surda por conta da contração de rubéola pela mãe durante a gravidez. Por
insistência da família, colocou o aparelho auditivo aos 6 anos de idade e
aprendeu a falar. “No começo, foi muito difícil. Meus amigos me chamavam de
surda; eu tirava o aparelho e jogava na mochila”, conta.
Foram anos amedrontada pelo preconceito, até que aos 18
anos, já cursando Pedagogia e trabalhando como cuidadora de crianças especiais,
conheceu uma menina surda e decidiu voltar a usar o aparelho para lhe
encorajar. “Não tem nada de errado em ser surda e usar aparelho”, salienta.
No entanto, nem todo surdo consegue adaptar-se ao aparelho.
É o caso de Márcio, também da AAI, que se sentiu incomodado pelos barulhos que
ouvia. “Prefiro o silêncio”, sinaliza em Libras. O inspetor escolar aprendeu a
ler lábios, mas não fala, nem tem a intenção de tentar usar o aparelho
novamente – e vive bem com isso.
A fonoaudióloga Vanessa Gardini acredita que a falta de
adaptação pode ser explicada por conta das diferentes tecnologias de cada tipo
de aparelho auditivo. “Muitos pacientes acabam comprando um aparelho barato,
mas sem qualidade”, afirma. “Também é fundamental levar em conta o
acompanhamento. Ninguém consegue usar aparelho sozinho; ouvido junta cera, a
audição muda e o equipamento eletrônico requer cuidados”, atenta Vanessa, para
quem a aposta na reabilitação auditiva deve-se aos desafios impostos pela
sociedade. “Tem pouquíssima acessibilidade em escolas, cinemas, igrejas e
teatros”, justifica.
Surdos ganham iniciativa pública em Sorocaba
Prevista ainda para o primeiro semestre deste ano, a Central
de Interpretação de Libras (CIL) será implantada em Sorocaba através da
Secretaria de Igualdade e Assistência Social da Prefeitura, por intermédio do
programa “Viver Sem Limite”, do governo federal. O objetivo é promover a
inclusão social de surdos e facilitar o acesso a serviços, através da mediação
da comunicação por meio da Libras, com trabalhos de tradução e interpretação.
Segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), o Brasil possui mais de 2 milhões de pessoas com
deficiência auditiva severa; quase 29 mil estão em Sorocaba. Com a CIL, a
Prefeitura espera que os surdos sejam auxiliados por interlocutores mediante
agendamento. A Central funcionará no Centro Integrado e de Apoio à Pessoa com
Deficiência, à rua João Gabriel Mendes, 351, na Vila Gabriel.
Texto e fotos : Bruna Camargo (aluna do Curso de Jornalismo da UNISO - Universidade de Sorocaba)
Texto e fotos : Bruna Camargo (aluna do Curso de Jornalismo da UNISO - Universidade de Sorocaba)
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